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Embalagens de madeira devem ser substituídas

Entrevista:  Embalagens de madeira começam a ser substituídas
Jornal do Comercio - 06/08/03

LOGÍSTICA
Risco de contaminação motiva mudança de Embalagens de madeira começam a ser substituídas

DÉBORA OLIVEIRA
Comum no transporte de frutas e legumes, a embalagem de madeira, também usadas para movimentação de mercadorias entre países, tende a ser substituídas. Apesar de atraentes pelo custo, o engradado de madeira, quando contaminados com microorganismos, podem afetar a qualidade do material transportado. "Apenas a possibilidade de contaminação é suficiente para gerar dificuldades na hora do descarte", afirma o consultor do Inovação e Melhoramento na Administração Moderna (Imam), José Carlos Vilardi Mendonça.


Como há chances de as caixas chegarem aos destinos com fungos ou insetos dos países de origem, as autoridades locais exigem que elas passem por processos químicos antes de serem eliminadas. "O processo mais comum e de menor custo é o formigamento, que significa colocar as embalagens em um ambiente com substância capaz de matar os microorganismos", comenta José Antônio Rios, diretor do Instituto
Nacional de Aprendizagem Empresarial (INAE).

Esta prática encarece o uso deste tipo de engradado, apesar do valor das embalagens ser baixo. "Toda a madeira que vem da China deve ser minuciosamente tratada", exemplifica Mendonça. Outro ponto negativo é a dificuldade de montagem das estruturas. "Há chance de acidentes de trabalho, mas nenhum empecilho é mais forte do que a contaminação por microorganismos", afirma Mendonça.

Produtos perecíveis sofrem maior risco
Os produtos que mais sofrem com a chance de contaminação são os perecíveis, como conta o proprietário da Santa Paz Leal e Comércio, produtora de suco de maracujá, em Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro, Jésus Cerqueira Motta. "Se as frutas e legumes são transportadas de um local para outro em caixas de madeira, a praga de uma plantação pode afetar outras, causando um grande estrago", afirma Motta.


Com lavoura própria e comprando matéria-prima de terceiros, o empresário prioriza o uso de sacos de pano. "Nosso interesse é o suco do maracujá. Não importa que a fruta amasse, mas não pode estar furada, estragada ou contaminada", atesta Motta que
comercializa de 35 a 40 mil litros de suco mensalmente.

Como a distância entre a plantação própria e a fábrica da Santa Paz Leal não passa de dez quilômetros, as chances de danificação diminuem. "Só precisamos tomar cuidado para não colocar vários sacos empilhados", comenta Motta, acrescentando que a tendência é o uso de papelão resinado no transporte de hortifrutigranjeiros. O consultor do Imam aposta no uso de Embalagens Metálicas Descartáveis (EMD) quando se trata de exportação.

- É uma caixa ou engradado feita com tubos leves de larguras diferentes que podem ser usadas para acondicionar o material durante o transporte, estocagem, movimentação e sua chegada ao destino final - explica Mendonça, acrescentando que o espaço interno deste tipo de embalagem é maior que o do modelo de madeira.

Outro ponto em favor das embalagens metálicas é o fato de poderem ser vendidas como sucata. "O que amortiza o seu custo, que é maior do que o da versão em madeira", afirma o consultor do Imam. Para manter as propriedades da mercadoria, as EMDs possuem separadores construídos em plástico ou borracha que absorvem choques e impedem possíveis contatos entre os produtos. Além disso, não precisam de tanta mão-de-obra para a montagem.

- No entanto, apesar do sistema de EMDs ser realidade na Ásia, Europa e América do Norte, estando prestes a entrar no Brasil, as embalagens de madeira continuarão sendo usadas por longo tempo - comenta Mendonça. Até porque, a embalagem em madeira pode ser uma boa opção, dependendo do tipo de produto e seu custo.
A diretora-executiva da Associação Brasileira de Embalagens (Abre), Luciana Pellegrino, ressalta que, se tratada contra microorganismos, a madeira pode ser eficiente enquanto embalagem secundária. "Papel que exerce na maioria dos casos brasileiros. Quanto à questão ambiental, a reciclagem pode ser um bom caminho", comenta Renata,
destacando ser preciso observar a legislação ambiental de cada país.

Em relação a custo, quanto maior o valor agregado da mercadoria, mais facilmente é amortizado o valor investido no engradado. "Equipamentos de informática, por exemplo, podem se valer do uso da madeira", afirma o diretor-presidente do Centro de Estudos Técnicos e Avançados em Logística (Ceteal), Paulo Rago.

- A certeza é que o transporte bem-sucedido - principalmente, quando se trata do processo de exportação -, demanda um planejamento e desenvolvimento da embalagem para atender as necessidades de transporte, movimentação e armazenagem que ocorrerão dentro da cadeia. Cada produto terá sua melhor alternativa - resume Mendonça.

INCONVENIENTES DA EMBALAGEM DE MADEIRA
>>Alto índice de acidentes que ocorrem durante a montagem.
>>Baixa resistência mecânica em comparação com outros tipos de materiais.
>>Dificuldades no descarte por questões ambientais e leis impostas em diversos países para evitar a contaminação por fungos ou insetos.
>>Baixo aproveitamento interno por terem paredes mais espessas.
>>Concentração de umidade nas fibras que, durante o transporte, pode ser eliminada por evaporação, ocasionando a oxidação das peças transportadas.
>>Quando se trata de alimentos perecíveis, a embalagem de madeira pode provocar contaminação por microorganismos.

Eng.º José Carlos V. de Mendonça ?Diretor de Projetos da Prates & Mendonça Consultores, Prof.º Graduação e Pós-Graduação em Cursos de Logística.

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