O uso do Container tem seu inicio de utilização na ferrovia, na Inglaterra em 1830, cinco anos após a implantação da 1ª linha ferroviária.
 As ferrovias nos Estados Unidos e Europa transportavam cargas unitizadas em Containeres tendo seu uso se intensificado nos anos de 1920 e 1930.
Os Estados Unidos na década de 1950, da inicio a utilização de Containeres no transporte marÃtimo devido a necessidade de unitizar maior quantidade de carga visando agilizar e minimizar a movimentação de cargas, com o objetivo de abastecer suas tropas alocadas na Coreia. Os Armadores MarÃtimos observando este conceito começaram a introduzi-lo no transporte a longa distancia, no inicio os Containeres só eram utilizados no trajeto porto a porto, com o passar do tempo os mesmos passaram a serem utilizados no trajeto porta a porta.
Com a crescente utilização dos Containeres devido as padronização construtivas estabelecidas pela “International Standard Organization (ISO ) “, redução nos custos de movimentação, transporte, embalagem e redução nos custos de seguros, por ser um equipamento que permite a utilização em todos os modais de transporte ou seja MarÃtimo/Fluvial, Ferroviário , Rodoviário e Aeroviário.
O mercado possui vários tipos de Containeres da categoria “ISO”, neste artigo em particular vamos nos dedicar aos Containeres que transportam mercadorias perecÃveis.
Produtos perecÃveis possuem requisitos especÃficos para seu transporte em Containeres.
Podemos definir produtos perecÃveis como sendo por suas condições naturais sofrem sensÃveis danos em suas qualidades para sua comercialização se deficientemente forem embalados, conservados e transportados.
Utilizamos para transportar a longas distancias produtos perecÃveis Containeres Isotérmicos ventilados ou não ventilados e os refrigerados.
Container Isotérmico:
São utilizados em cargas que não que não podem ficar expostas a variações rápidas de temperatura podendo os mesmos ser ventilados ou não ventilados, transportam normalmente café, cacau, tabaco, cebola, alho, etc.
Container Refrigerado:
São equipados com sistema de refrigeração o qual é alimentado por conexão elétrica, podendo manter temperaturas constantes até 30º C abaixo de zero.
ConstruÃdos para o transporte de produtos perecÃveis tais como: carne, frutas, vegetais; os mesmos têm sofrido grande evolução passando de um simples Container Frigorifico Refrigerado para um Container Frigorifico Refrigerado com Atmosfera Controlada podendo alguns controlar também a umidade relativa.
Refrigeração do Container:
O objetivo da refrigeração dos Containeres é manter os produtos a uma máxima temperatura permitindo ao produto não se deteriorar mantendo assim sua qualidade.
A temperatura do Container varia de acordo com o tipo de produto visando o transporte do produto a longa distancia, visando quando do produto chegue ao seu destino final possua a aparência de um produto fresco.
Grupo |
Temperatura ºC |
Produtos |
1 |
0 - 1,1 |
Maças, damasco, cerejas, nectarinas, pêssegos, peras, caquis, ameixas, ameixas passas, romãs, marmelo, uvas, |
2 |
13,3 - 15,6 |
Mangas, mamões, tomates verdes(maduros). |
3 |
2,2 - 5,0 |
Lichias, laranja ¹. |
4 |
10 |
Abacate, berinjela, melões, tomates, abacaxis, melancias. |
5 |
4,4 - 12,8 |
Favos, berinjela, limões verdes, laranjas, batatas, abóboras, sucos, melancias, castanhas. |
6² |
1 - 1,1 |
Alcachofras, aspargos, beterrabas, cenouras, escarolas, uvas ³, alfaces, cogumelos, ervilhas, espinafres, milho doce, agrião. |
7² |
0 - 1,1 |
Brócolis, couves de Bruxelas, couves, couves flores, aipos, rabanete, nabos, alhos poros, cebola. |
8 |
12,8 - 15,6 |
Gengibre, batata doces. |
¹ Se as laranjas forem tratadas com bifemil, não são compatÃveis com outros produtos. |
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² CompatÃvel com grupo 7 ou 6 exceto uvas e champignon. |
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³ Se as Uvas forem tratadas com dióxido de sulfureto, não podem ficar com outros produtos. |
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Embalagem:
Um dos pontos importantes que devemos ter em conta, são os grandes perÃodos de transporte que as embalagens, com os produtos vão sofrer devido as condições fÃsicas inerentes ao transporte marÃtimo principalmente no tocante a inclinação sofrida pelo navio durante seu curso que pode chegar a até 45º para cada bordo fazendo um arco de 12 m para cada lado em até 10 vezes por minuto; aceleração devido ao movimento do navio no sentido vertical o que permite termos uma aceleração da carga em até 2,2 g ( g = aceleração da gravidade), no sentido lateral uma aceleração de 0,7g e no sentido longitudinal uma aceleração de 0,2 g e vibrações devido ao sistema de propulsão do navio o qual transmite vibrações para carga.Portanto, a embalagem não pode ser as mesmas caixas utilizadas para o mercado domestico. A caixa de papelão a ser utilizada para exportação deve ser resistente , construÃda de material corretamente especificado para cada produto e condições de temperatura e sistema de armazenagem e transporte, logo a embalagem deve atender a toda a Cadeia LogÃstica de Distribuição, prevendo-se que as mesmas podem ser transbordadas, sofrerem inspeções aduaneiras, etc. até o ponto de destino.
Experiência mostra que os Consumidores motivam-se pela aparência final tanto do produto como da embalagem, logo seria lamentável abrimos um Container no seu destino e encontrarmos caixas se deteriorando por conseqüência da umidade ou rasgadas.
Normas para Estufagem de Produtos PerecÃveis em Containeres:
A estufagem correta garantirá as temperaturas da polpa dos produtos transportados pois, nestas condições as temperaturas deveram oscilar em torno de 3 º em ambos os sentidos.
Errado |
Certo |
Certo |
|
Produtos Congelados:
Quando transportamos produtos congelados, o conceito é diferente, devemos manter a temperatura nos nÃveis desejados para o transporte, portanto, devemos ter blocos compactos do produto permitindo que o ar frio circule somente entre o perÃmetro exterior da carga ou seja entre as paredes do container e a carga .
Compartilhando Produtos PerecÃveis :
Podemos dividir a incompatibilidade de produtos perecÃveis em dois grandes blocos.
Portanto, quando do transporte de produtos consolidados devemos observar ambos os fatores acima, pois, poderemos ter produtos compatÃveis a mesmas temperaturas e incompatÃveis quanto à caracterÃstica de absorção de odores ou geração de gases voláteis ou o contrario também é valido.
Alguns produtos são altamente suscetÃveis a absorção de odores externos como, por exemplo: cogumelos, vegetais de cor verde, milho, flores, etc. Logo estes produtos na pratica não devem ser colocados com produtos como: cebola fresca, uva fresca e passa (tratada com dioxido sulfurico), cÃtrico (tratados com bifemil ou produto que geram odores fortes).
Conclusão:
Quando trabalhamos com cargas perecÃveis devemos tomar cuidados relativamente simples no momento da estufagem do container, pois caso contrário poderá ter surpresas desagradáveis quando da abertura dos mesmos nos seus destinos finais.
Eng.º José Carlos V. de Mendonça
Diretor da Prates & Mendonça Consultores
Consultor Engenharia da Cadeia de Abastecimentol
Profº Universitário e em Pós-Graduação em Logistica